. Afinal quem está a mentir...
. Alcântara e os contentore...
. Manifestação dos professo...
Ouvi na semana passada o prof Marcelo, referindo-se a Sócrates e às facilidades encontradas para conseguir na Moderna o diploma de engenheiro ou para comprar o seu apartamento no edifício Heron da Rua Castilho a cerca de metade do preço de mercado, atribuir esses factos apenas à sorte e considerou-o um Chico-esperto.
Durante a semana foi noticiado o negócio entre a CGD e Manuel Fino em que o banco do estado terá comprado ao empresário acções por um valor superior em 62 milhões ao valor em bolsa, com a possibilidade de as voltar a adquirir mais tarde pelo mesmo valor se elas se valorizarem. Não o disse Marcelo mas digo-o eu: à semelhança do outro, este é um Manuel-finório!
É talvez por isso que continua a haver tantos Zés-ninguém.
O caso Freeport está de novo na ordem do dia, quer na televisão quer nas primeiras páginas dos jornais.
De acordo com Sócrates esta é uma campanha que tem motivações políticas e se deve, como há quatro anos, à proximidade das eleições legislativas, esquecendo-se que, desta vez, não são os escribas cá da paróquia que o acusam mas sim os ingleses. O nosso «primeiro» diz que é uma campanha negra que pretende denegri-lo e afirma que não é assim que o derrotarão.
Não sei se ele está ou não envolvido nos escuros negócios do licenciamento do outlet de Alcochete, nem é por isso que deixarei de acreditar nele pois há muito que sei que é um mentiroso, (ainda não me esqueci das promessas não cumpridas). Curiosamente a carta rogatória que, estranhamente ou talvez não, veio parar à praça pública quando devia estar a coberto do segredo de justiça, fala num Pinóquio e, não sei porquê, não é do filho de Gepeto nem da família da OK teleseguros com um avantajado apêndice nasal que me lembro, mas sim de Sócrates.
Costuma dizer-se que quem não deve não teme, pelo que o visado, se verdadeiramente se sente tranquilo, deve simplesmente desejar que as investigações prossigam e que a verdade se descubra. Se é que isso alguma vez acontecerá, neste pedaço de terra à beira-mar plantado e que tão mal governado tem sido, para mal dos pecados dos que cá moram e não têm para onde fugir.
Uma semana após o início dos ataques aéreos de Israel à faixa de Gaza, forças terrestres apoiadas por tanques iniciaram uma batalha que ninguém sabe quando nem como terminará. Se os israelitas pretendem enfraquecer o Hamas e contam com o seu enorme poder de fogo, os palestinianos de Gaza, conhecedores do terreno e bem armados não se entregarão facilmente. Ninguém sabe até quando esta guerra irá durar, mas tratando-se sobretudo de uma guerra urbana no local mais densamente povoado do mundo, é de esperar que o número de vítimas seja enorme. Não sou apologista da guerra nem defensor de qualquer uma das partes, mas compreendo que nenhum país deixaria de reagir se fosse sujeito a constantes ataques de rockets durante meses.
Oxalá a paz regresse rapidamente.
Não deve a religião
em qualquer ponto da terra
servir para a divisão
dos povos nem para a guerra.
Não sei por que chamam santa
à terra da Palestina,
pois onde o ódio se planta
o amor nunca germina.
A crise bancária aí está, profundamente instalada e sem que ninguém saiba quando terminará. É tempo de reflectirmos sobre tudo o que se passou e tentarmos perceber como se chegou a este ponto.
Não foram as aplicações feitas em nome de particulares por gestores de topo dos bancos que arruinaram o sistema bancário. Se muita gente deu ouvidos ao canto da sereia dos lucros mirabolantes prometidos, isso não trouxe danos aos bancos pois o capital não era deles. O problema é que os bancos, por natureza gananciosos, não se limitaram a uma actividade bancária normal, ganhando a diferença entre o que pagavam aos depositantes e o que recebiam dos empréstimos que efectuavam e começaram também eles a utilizar o capital dos depositantes, quando não contraíam empréstimos internacionalmente, para também «jogarem» na bolsa e fazerem mais valias enormes de um dia para o outro. Deu no que deu.
Depois dos problemas no BPN é agora o Banco Privado Português, para muitos desconhecido até há poucos dias, a confessar debilidades e a solicitar um aval ao estado. Se a nacionalização do BPN causou alguma estranheza, a intervenção do governo neste caso só se compreende à luz da afirmação de Sócrates de não deixar falir nenhum banco português. Habituados que estamos às mentiras do primeiro-ministro, que prometeu não aumentar impostos e criar 150 mil postos de trabalho, bem poderia continuar a faltar à verdade que, neste caso, até acharíamos positivo.
Alguém consegue explicar por que razão vai o estado meter o dinheiro dos pobres que pagam impostos no banco dos ricos que tudo fazem para os não pagar?
Apesar de ter participado na apresentação do livro sobre Sócrates, não se percebeu muito bem por que é que o PS quis impedir a audição parlamentar de Dias Loureiro.
O antigo ministro do PSD vem agora dizer que informou o BdP, na pessoa do Dr. António Marta, de que no BPN se passava algo pouco transparente que devia ser investigado. Em resposta, o membro do BdP confirma ter tido essa reunião mas nega a versão de Dias Loureiro, dizendo que o administardor da SLN lhe fora pedir para abrandar a vigilância sobre o BPN.
Como referiu Saldanha Sanches, em qualquer dos casos o BdP procedeu mal: se Dias Loureiro diz a verdade o BdP falhou porque, apesar de avisado, não conseguiu intervir a tempo; se quem diz a verdade é António Marta mais uma vez o regulador não cumpriu a sua missão, com a agravante de que, neste caso, já anteriormente tinha conhecimento e não foi capaz de agir atempadamente.
Parece que ninguém sai bem deste caso que até já ameaça chamuscar o Presidente da República, que «foi obrigado» a vir a terreiro afirmar que nada tem com o BPN.
Perante isto parece-me que ficava bem a Dias Loureiro apresentar sua suspensão de Conselheiro de Estado.
Discutiu-se ontem no Prós e Contras o cais de Alcântara e a montanha de contentores que lá querem depositar. Do pouco que vi confesso que fiquei com a sensação de que a Liscont está a fazer um favor ao Estado, pelo que me apetece dizer: fechem o porto, desistam da ideia, não gastem mais dinheiro desnecessariamente. E os estivadores?-perguntarão. E eu respondo: com tantos milhões que se poupariam bem poderiam indemnizar generosamente os cerca de 700 que ficariam desempregados. E se o porto de Setúbal ou de Sines passassem a receber os contentores que querem à viva força enfiar em Lisboa, muitos desses trabalhadores poderiam ser aproveitados.
Alguém disse que, no caso de os contentores serem desviados para Sines, o preço de custo do transporte aumentaria cerca de 20%; ficou porém por explicar como é possível sobreviverem os portos de Algeciras e Barcelona, muito mais afastados desta rota.
Repito que não assisti a todo o programa, mas deu para ver que se trata de um grande negócio que bastante irá sangrar o erário público e que precisa muito mais que a vontade de Miguel Sousa Tavares para ser travado.
A história do BPN ainda não foi contada e talvez até nunca venha a ser, porque vivemos num país de brandos costumes onde os mais poderosos são protegidos e a justiça se mostra forte com os mais fracos. Sugiro a leitura de um artigo de opinião publicado no Correio da Manhã de hoje.
Uma vez mais os professores mostram na rua uma união que se julgava impossível. Para a ministra, no entanto, uma centena de milhar de descontentes não é coisa que lhe tire o sono e continua a achar-se cheia de razão.
Se vivêssemos numa verdadeira democracia não deixariam de ser ouvidos os manifestantes, mas como vivemos numa «espécie de democracia», onde só podemos eleger e nos é vedado o poder de destituir, os protestos acabam por cair em saco roto.
Dizem os professores que querem ensinar os alunos e não avaliar os colegas; será pedir demasiado?
Imagina a senhora D. Maria de Lurdes, ministra por acidente, quantos destes descontentes votaram PS e já se arrependeram?
Nota final: na primeira manifestação, a da indignação, os professores pediam o adiamento da avaliação para o início do ano lectivo e agora estão contra esta avaliação e pretendem outro modelo. O que mudou entretanto?
Depois do BCP surge agora um novo caso com um banco, onde se passam «coisas estranhas» e não detectadas pelo Banco de Portugal.
Parece que os problemas do BPN são conhecidos desde 2003, mas apesar da sua divulgação na imprensa e dos relatos das auditorias, o Banco de Portugal afirma que os indícios existentes não lhe permitiam intervir; no entanto o ministro das Finanças foi obrigado a nacionalizá-lo, o que mostra a gravidade da situação. Se o senhor governador, que se «governa» com dezassete mil euros por mês, mais uma vez não se apercebeu de nada, é porque é incompetente e por isso deve abandonar o cargo.
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