Com a chegada de Setembro partem as andorinhas e regressam as crianças à escola. Este ano assistimos também a uma invasão de ministros, comandados pelo «primeiro» que, numa das suas visitas abençoada pela omnipresente TV, não se coibiu de se orgulhar de ter fechado mais de mil estabelecimentos de ensino porque sabe que a soma dos habitantes dessas localidades do interior que perderam a «sua escola» não representa mais que uns míseros «zero vírgula zero qualquer coisa» nas próximas eleições.
Desejo sinceramente que o ano escolar decorra sem sobressaltos e que professores, pais, alunos e funcionários consigam tornar a escola num lugar mais aprazível para todos.
Como vem sendo hábito, deixo um «escrito» do meu amigo Carlos Bê.
Em tempos que já lá vão
mas não muito recuados
só havia instrução
para os mais afortunados.
Para poupar os cadernos
escrevia-se na lousa
quando, nos tempos modernos,
há outras preocupações
e a sonda que em Marte pousa
custa vários milhões.
Usa-se o computador
quase por tudo e por nada
depois chega-se a doutor
sem saber a tabuada.