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Domingo, 25 de Novembro de 2007

O Tratado

O acordo a que, no dia 19 de Outubro, chegaram os 27 reunidos em Lisboa e que ficará conhecido como o «Tratado de Lisboa» vai ser assinado no próximo dia 13 de Dezembro. Para entrar em vigor torna-se depois necessário que o mesmo seja ratificado por todos os países membros; mas, desconfiados da capacidade popular para avaliar tão difíceis documentos, os doutos eleitos europeus, para não terem os mesmos resultados dos referendos de 2005 na França e na Holanda que disseram «não» à Constituição Europeia, tratam agora de fazer aprovar o Tratado através do Parlamento.

 

Tomando como exemplo o caso português, verificamos que os referendos acabam por conduzir à vontade dos proponentes, pois, se o resultado não é o esperado, considera-se não vinculativo e apresenta-se uma nova versão retocada a fim de conseguir «a reposta certa» como se viu no referendo ao aborto.

 

Não me agrada nada esta forma de fazer política em que o povo só serve para ser explorado e, ou muito me engano ou a regionalização também há-de ser decidida sem recurso ao referendo. Oxalá que, com o argumento de que as pessoas não sabem fazer bem as cruzinhas nos boletins ou que é preciso reduzir a despesa, o direito ao voto não seja esquecido!

 

Só me apetece dizer: estes políticos são «um tratado»!

 

publicado por Viriato às 23:15
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Sexta-feira, 16 de Novembro de 2007

O silêncio




O silêncio é uma árvore

que nem sempre encontramos...

 

É no silêncio que desfruto

da paz calma do entardecer

e é assim que escuto

o que tens para me dizer.

 

Quando começa a cair

a noite , o silêncio avança

e faz nascer a esperança

se o soubermos ouvir.

 

Nesse silêncio sem fim

bem perto do infinito

olho para dentro de mim,

analiso e reflicto.

 

Até ser contrariado

fica a  minha  opinião:

antes silêncio pesado

que a mais leve solidão.

 

O silêncio é uma árvore

que produz fruto às vezes…












música: Sound of silence
publicado por Viriato às 22:51
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Quinta-feira, 1 de Novembro de 2007

A feira

No primeiro dia de Novembro, um pouco por todos os cantos deste nosso lusitano lugar, ocorrem as feiras de Todos os Santos com os seus característicos vendedores.

 

Assim que chego à feira,

ouço bem perto de mim

alguém explicar a maneira

de melhor negociar

e a conversa era assim:

Primeiro pergunto o preço

do que pretendo comprar,

mas depois só ofereço

metade desse valor,

pois quanto mais regatear

mais convenço o vendedor.

 

Muito cedo nesse dia

começa a barulheira

dos ferros que servem de espia

às tendas da feira.

 

Ciganos e vendedores

em barracas lado a lado

tentam esquecer os valores

aprendidos no passado.

 

Há botas de cano alto,

sapatos  de borracha

que nem precisam de graxa

uns rasos outros com salto,

sandálias e sapatilhas,

pantufas e chinelas

esperando em pilhas

que alguém olhe para elas.

 

 

O homem que trabalha a lata

mostra o que fez, feliz,

numa oficina pacata:

facas, foices e funis,

cântaros, garfos e potes,

armadilhas para toupeiras,

navalhas, limas, serrotes.

candeias, chaves e pinchos,

apanha figos, caldeiras,

pás, ferradas e acinchos.


A maior parte das tendas

vende pronto-a-vestir

e eu presumo que as vendas

estejam sempre a subir.

Com tanta gente a comprar

parece que a vaidade

tanto se pode encontrar

na aldeia e na cidade.

Lá de tudo se faz venda:

pijamas, toalhas lisas,

calças de ganga e fazenda,

mantas, peúgas, camisas,

tapetes e  cobertores,

calções, casacos, cartolas,

gorros de todas as cores,

fatos de treino, estolas,

cuecas, meias, collants,

lenços, T-shirts, bonés,

fitas, cintas, soutiens,

vestidos até aos pés,

saias compridas e minis,

luvas de pano e pelica,

fatos de banho, bikinis,

camisolas do Benfica.

 

O homem dos gelados

vermelho como um tomate

apregoa entusiasmado:

- Há fruta, há chocolate,

há morango e baunilha

e há outros com pastilha!

 

Nunca param de tocar

os CD’s e as cassetes

na tenda do Zé das Iscas

onde se podem comprar

guarda-chuvas, canivetes,

luvas, cachecóis às riscas,

malas, cintos, aventais,

muitas outras coisas mais.

 

 

Já na tenda dos louceiros

vendem-se vidros e barros:

copos, chávenas, saleiros,

vasos, canecas e jarros,

potes, pratos e bacias.

Mas a chegada dos plásticos

Acabou com aqueles dias

de negócios fantásticos.

 

O cheiro a carne assada

em fogareiros de brasas

entra forte pelas janelas,

invade rápido as casas

(febras e entremeada,

costeletas e costelas

sobre fatias de pão

de trigo, broa e centeio)

e chama a atenção

dos que andam em passeio.

 

 

Couves, cebolo, pimentos,

tomates e beringelas

aqui vendem-se aos centos

e às vezes às molhadas,

quer com fitas amarelas,

quer azuis ou encarnadas.

Era tanta a freguesia

que antes do meio-dia

já estava esgotada

toda a mercadoria.

Voltam, entusiasmados,

Os vendedores mais cedo,

muito mais aliviados

e com os bolsos mais cheios

não revelando o segredo

nem sequer em devaneios.

 

Vêm sacas das montanhas

de amêndoas, amendoins,

avelãs, nozes, castanhas 

e outros frutos afins.

 

Vêem-se muitos ciganos

nas  feiras e nos mercados

marroquinos, indianos

e gente de outros lados.

São relógios digitais,

também rádios a pilhas,

câmaras para filmar

a preços tão especiais

que fazem desconfiar,

telemóveis maravilhas,

lanternas e fitas métricas,

leitores de mp3

e ferramentas eléctricas

que não duram nem um mês.

 

Numa bancada de ripas

e com um pano cinzento

vi um judeu vender tripas,

sal, cominhos e pimento.

 

Queijo de cabra e de ovelha

meio fresco ou bem curado,

chouriça, mouro, morcela,

mais o  presunto salgado.

 

Como bom conhecedor

da psicologia humana

assim fala o vendedor

da dita banha da cobra

que, diz, a ninguém engana

e na carrinha desdobra

um vistoso edredão:

-Quem levar esta pechincha

não paga cem nem noventa

e oitenta também não,

paga apenas setenta

e leva, como oferta,

um pincel e uma trincha,

um lápis, uma sebenta,

um chapéu e uma coberta.

E é ver como as pessoas

com o dinheiro na mão

agarram «as coisas boas»

e  «aproveitam a ocasião».

Será falta de juízo

ou algum estranho mal?

Levam o que não é preciso

e pagam mais do que vale.


Fumador de cigarrilhas,

o ourives vende  ouro e prata

(brincos, fios, gargantilhas,

alfinetes de gravata,

meias libras esterlinas,

colares, anéis de noivado,

pulseiras grossas e finas,

cruzes com Cristo pregado)

e sossega o cliente:

- Isto não é pechisbeque,

tem o contraste na frente,

dura uma vida inteira

e pode pagar com cheque

caso o meu amigo queira.

Terminada a ladainha

atira a beata ao chão,

mete as peças na caixinha

sobre um fundo de algodão.

 

E já ao entardecer,

mesmo antes do sol-posto

começam a recolher

tudo o que tinham exposto.

 

Ficam ruas inundadas

de caixas, sacos, papeis,

cascas, plásticos, cordéis…

São montes de porcaria,

e testemunhas caladas

dos negócios do dia.

 

De novo se ouvem ferros

a bater e também berros

de dois homens na avenida.

Com certeza é o efeito

de experimentar a eito

vários tipos de bebida.

publicado por Viriato às 18:21
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