. Presépio
No presépio colocados
não há ricos ou banqueiros,
políticos, deputados,
doutores ou engenheiros,
nem polícias nem soldados.
Toscas figuras de barro
por caminhos de areia
dirigem-se para a gruta
em noite de Lua Cheia.
Vêem-se muitos pastores,
um latoeiro também,
todos seguindo o caminho
que os leva a Belém.
O burrinho carregado
com taleigas de farinha,
uma velhinha à janela
conversa com a vizinha.
Nos presépios mais modernos
também já se podem ver
os mais diversos engenhos
todos eles a mexer:
roda sem parar a nora,
desce e sobe o picanço,
gira a roda do moinho
dia e noite sem descanso,
abre e fecha o harmónio,
sem cessar sega a ceifeira,
cava, cava o campónio,
amassa o pão a padeira.
Era no vão da janela
que o presépio era montado.
Construía-se um cenário
deveras acidentado
depois tudo se cobria
com musgo esverdeado;
das montanhas escorria
um ribeiro prateado
em cima do qual havia
sempre uma ponte romana.
Bem no centro colocada
uma pequena cabana
onde a família sagrada
encontrara seu abrigo
e um anjinho oscilante
a protegia do perigo
dia e noite vigilante.
Façamos nós hoje então
um presépio interior
enchendo o coração
de muita paz e amor.
Presépio, evocação
do divino nascimento
num estábulo onde estão
uma vaca e um jumento.
Como não havia quarto
para a sagrada família
José assistiu ao parto
toda a noite em vigília.
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