. Referendar o Tratado de L...
Ainda não totalmente refeito do amargo e extemporâneo afastamento da nossa selecção do Euro 2008 (a ausência serviu para fazer o luto) volto hoje à Lusitânia para tratar de coisas mais sérias.
O famigerado Tratado de Lisboa foi rejeitado em referendo pelos irlandeses e a UE parece ter entrado em pânico. Julgo não ser caso para tanto e adianto já que o problema será brevemente ultrapassado. Como? Fazendo como se fez em Portugal quando se tratou do aborto: repete-se o referendo até a resposta ser positiva.
O acordo a que, no dia 19 de Outubro, chegaram os 27 reunidos em Lisboa e que ficará conhecido como o «Tratado de Lisboa» vai ser assinado no próximo dia 13 de Dezembro. Para entrar em vigor torna-se depois necessário que o mesmo seja ratificado por todos os países membros; mas, desconfiados da capacidade popular para avaliar tão difíceis documentos, os doutos eleitos europeus, para não terem os mesmos resultados dos referendos de 2005 na França e na Holanda que disseram «não» à Constituição Europeia, tratam agora de fazer aprovar o Tratado através do Parlamento.
Tomando como exemplo o caso português, verificamos que os referendos acabam por conduzir à vontade dos proponentes, pois, se o resultado não é o esperado, considera-se não vinculativo e apresenta-se uma nova versão retocada a fim de conseguir «a reposta certa» como se viu no referendo ao aborto.
Não me agrada nada esta forma de fazer política em que o povo só serve para ser explorado e, ou muito me engano ou a regionalização também há-de ser decidida sem recurso ao referendo. Oxalá que, com o argumento de que as pessoas não sabem fazer bem as cruzinhas nos boletins ou que é preciso reduzir a despesa, o direito ao voto não seja esquecido!
Só me apetece dizer: estes políticos são «um tratado»!
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